sábado, 26 de janeiro de 2019

Chamada aberta para artigos – Call for papers - Dossiê: Luto, Sociedade e Contemporaneidade / Dossier: Bereavement, Society, and Contemporaneity


                                                                                                             
  


Chamada aberta para artigos – Call for papers
Dossiê: Luto, Sociedade e Contemporaneidade
Dossier: Bereavement, Society, and Contemporaneity

RBSE Revista Brasileira de Sociologia da Emoção - http://www.cchla.ufpb.br/rbse/

O dossiê Luto, Sociedade e Contemporaneidade tem como coordenadores: a Profa Dra Joanneliese de Lucas Freitas (joanneliese@gmail.com), Doutora em Psicologia e Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Paraná, a Profa Dra Juliana Lopes de Macedo (julianamacedo@unipampa.edu.br) Doutora em Antropologia Social e Professora do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pampa) e o Prof. Dr. Mauro Guilherme Pinheiro Koury (maurokoury@gmail.com), Doutor em Sociologia e Professor do curso de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba, e será publicado no volume 18, número 54, de dezembro de 2019, da RBSE Revista Brasileira de Sociologia da Emoção
The dossier Bereavement, Society, and Contemporaneity has as coordinators: Joanneliese de Lucas Freitas (joanneliese@gmail.com), Ph.D. in Psychology and Professor of the Graduate Program in Psychology of the Federal University of Paraná - Brazil; Juliana Lopes de Macedo (julianamacedo@unipampa.edu.br) Ph.D. in Social Anthropology and Professor of the Undergraduate Medicine at the Federal University of Pampa – Brazil, and Mauro Guilherme Pinheiro Koury (maurokoury@gmail.com), Ph.D. in Sociology and Professor of the Graduate Program in Anthropology, Federal University of Paraíba - Brazil. This dossier will be published in volume 18, number 54, December 2019, of RBSE Brazilian Journal of Sociology of Emotion.
Os trabalhos devem ser encaminhados para os coordenadores do Dossiê até o dia 31 de agosto de 2019. As contribuições devem estar conforme as NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA RBSE, encontradas no site da revista http://www.cchla.ufpb.br/rbse/ 
Papers should be sent to the coordinators of the Dossier until August 31, 2019. Contributions must comply with the RULES FOR PUBLICATION IN THE RBSE, found on the website of the journal http://www.cchla.ufpb.br/rbse/

Proposta: Com a morte de alguém próximo, perdemos um pouco de nós mesmos e não apenas outro alguém, um ente querido. Perdemos uma vida em conjunto, marcada por uma história em comum. Com a morte o vínculo se rompe e se transforma, mudando a rotina dos enlutados, desafiando-os a um novo lugar no mundo e a uma nova configuração de seu grupo familiar e social, além de, frequentemente, colocar em xeque seus valores e o sentido da vida, conduzindo a questionamentos sobre a própria existência. De qualquer modo, é uma experiência que todos nós iremos experimentar, colocando-nos diante de questões fundamentais sobre quem somos nós e o mundo em que vivemos.
Além de envolver a experiência da morte física, o processo de luto também pode incluir a morte social do indivíduo, especialmente quando esse se encontra em um processo de exclusão ou anonimato que representam a sua invisibilidade social. Esse aspecto pode ser evidenciado em casos concretos, como em doenças que não possuem perspectiva de cura (HIV/Aids, Zika vírus, Alzheimer, deficiência física ou intelectual). Tais doenças e deficiências inserem com frequência pessoas em processos que as marginalizam e contribuem para que se enlutem de sua vida social; assim como aqueles que fazem (ou fizeram) parte do seu convívio social também experimentem o luto de seus entes queridos, antes idealizados.
Cada sociedade e cultura oferecem aos enlutados sentidos próprios e maneiras de lidar e significar a separação e as mudanças perpetradas pela irreversibilidade da morte. Paradoxalmente, por ser uma experiência universal e humana, suas possibilidades expressivas são tão variadas quanto as sociedades e as culturas, e tão complexas quanto o sofrimento de qualquer enlutado. Este não é um sofrimento que pode ser entendido de modo único, portanto não é generalizável, uma vez que cada relação é única, com seus prazeres, desafios e contradições.
Contemporaneamente, nas sociedades ocidentalizadas, é cada vez mais frequente e comum a medicalização da vida e dos afetos. Nestes contextos, o sofrimento e toda a emocionalidade do luto tem se tornado cada vez menos um problema do cotidiano, mas um problema extraordinário, onde este sofrimento passa a ser compreendido como sofrimento mental a ser tratado e superado, quando não esquecido e silenciado. Curiosamente, diante do fortalecimento da compreensão do luto como tratável por um lado, e com uma mudança rápida e frenética dos ritos que envolvem a morte e o morrer por outro, percebe-se nas redes sociais um movimento diametralmente oposto ao silenciamento medicamentoso: o luto tornou-se mais um produto a ser exposto sobre esse eu que sofre, se reconfigura e supera. Como a vestimenta anteriormente nos serviu de signo do enlutamento, hoje, uma fita preta entrelaçada como perfil nas redes sociais nos comunica como devemos agir perante o enlutado, embora não saibamos exatamente o que fazer além de oferecer as condolências usuais.
Neste dossiê pretendemos, precisamente, debater estas questões. Convidamos pesquisadores, de diferentes áreas disciplinares, a apresentarem artigos que proponham pensar diversos tipos de enlutamento em suas diferentes dimensões na contemporaneidade. Aceitamos manuscritos para avaliação que envolva uma discussão teórica e conceitual original e que acrescentem novos desenvolvimentos ao estado da arte sobre estes tópicos, bem como estudos empíricos que tragam novos dados a esta discussão. Serão aceitos artigos em português, inglês, espanhol e francês.
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Proposal: When someone close to us dies, we lost not only someone, or a loved one: we lost a bit of ourselves. We lost our life together, characterized by a shared history. Death changes and breaks the connection we have with the deceased, changing the routine of the mourners, challenging them to occupy a new place in the world and to deal with a new configuration of their families and social groups. Besides, the bereaved often have their life values and meanings challenged, arriving to question their very existence. In any case, bereavement is an experience that we will all endure, placing us before fundamental questions about who we are and the world we live.
Besides the occurrence of physical death, mourning may include experiences like the social death of the individual, especially when he or she is in the process of exclusion or anonymity, symbolizing his or her social invisibility. This aspect can be seen in concrete cases, such as diseases that have no prospect of cure (HIV/AIDS, Zika virus, Alzheimer's, and physical or intellectual disability). These diseases and disabilities often are included in means that marginalize people and contribute to them mourn their social life, as it does to the people who are (or were) part of their social life also experience the mourning of their previously idealized loved beings.
Each society and culture grants mourners with meanings and ways of dealing and signifying the separation and the vicissitudes perpetrated by the irreversibility of death. Paradoxically, because bereavement is a universal and human experience, the possibilities to express grief and bereavement are as diverse as are the different societies and cultures, and as complex as is the suffering of any bereaved. Grief is not a pain that could be understood uniquely. Therefore, it is not generalizable, since each relationship is unique, with its pleasures, challenges, and contradictions.
Contemporary, in Westernized societies, the medicalization of life and affections is becoming more frequent and commonplace. In these contexts, the suffering and all the emotionality of mourning has become less and less a quotidian problem, but an extraordinary problem, where this suffering becomes understood as mental suffering that must be treated and defeated, if not forgotten and silenced. Curiously, before the strengthening of the understanding of mourning as treatable on the one hand, and with a rapid and frantic change in the rites that involve death and dying on the other, it is possible to perceive in social networks a movement diametrically opposed to drug silencing: mourning has become one more product about this one that suffers, reconfigures and surpasses grief to be exposed. As the garment previously served as a sign of the bereavement, today, a black ribbon intertwined as a profile in social media tells us how to act before the mourner, although we do not know precisely how to behave, besides offering the usual condolences.
In this Dossier, we would like to discuss these concerns. To do so, we invite researchers from different disciplinary areas to present papers that discuss different kinds of bereavement, grief, and mourning, in its different dimensions in contemporary times. We accept to evaluate manuscripts that involve an original theoretical and conceptual discussion, and that add new developments to state of the art on these topics, as well as empirical studies that bring new data to this discussion. We will accept manuscripts in Portuguese, English, Spanish, and French.

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Chamada aberta para artigos – Call for papers / Dossiê: Cidade, imagem e emoções



Chamada aberta para artigos – Call for papers
Dossiê: Cidade, imagem e emoções
RBSE Revista Brasileira de Sociologia da Emoção - http://www.cchla.ufpb.br/rbse/


Este Dossiê - Cidade, imagem e emoções – tem como coordenadores o Prof. Dr. Ricardo Marnoto de Oliveira Campos, Investigador integrado no Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICSNova, Nova FCSH), Lisboa, Portugal, e a Profa. Dra. Glória Maria dos Santos Diógenes, Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, e será publicado no volume 19, número 55, de abril de 2020, da RBSE.

Os trabalhos devem ser encaminhados para os coordenadores do Dossiê: Prof. Dr. Ricardo Marnoto de Oliveira Campos, E-Mail: rmocampos@yahoo.com.br e a Profa. Dra. Glória Maria dos Santos Diógenes, E-Mail: gloriadiogenes@gmail.com , até o dia 14 de novembro de 2019. As contribuições devem estar conforme as NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA RBSE, encontradas no site da revista: http://www.cchla.ufpb.br/rbse/  .


Proposta: A cidade é um universo densamente povoado não apenas por pessoas, mas por um vasto e heteróclito conjunto de artefatos culturais. Falamos de bens culturais e simbólicos com distintos significados, que despertam diferentes formas de entender, sentir e viver a cidade. Há, por isso, um lado fortemente sinestésico, emocional, na nossa relação com a cidade e com aquilo que a povoa. Podemos falar, então, de um mapa emocional e sensível que mobiliza em grande medida a forma como nos movemos e classificamos os variados espaços urbanos.

As imagens criam e recriam, como pergaminhos que abrigam vestígios de narrativas anteriores, palimpsestos de cidades que se multiplicam nas linhas que a situam e a demarcam.  Assim sendo, a cidade produz narrativas e compõe inscrições comunicacionais de tessituras diversas, sendo seus habitantes, também, sujeitos de fala, de potência comunicacional. 

Nas paredes, nos cartazes, nos muros, nos ecrãs, nas vitrines, encontramos múltiplas formas de comunicar que recorrem a linguagens visuais diversas, procurando alcançar um público alargado. Falamos de imagens institucionais, de imagens transgressivas, de imagens informativas, de imagens artísticas, de imagens rebeldes, etc. As sensações e as emoções estão envolvidas na forma como nos relacionamos com elas. Podemos entender esta articulação em dois sentidos. Em primeiro lugar, nas práticas sensíveis e emocionais associadas às diferentes formas de criar imagens na e sobre a cidade. Pintar graffiti, fazer um vídeo, tirar uma selfie, entre outras tantas situações, implica um determinado estado sensorial, cognitivo e emocional. Em segundo lugar, o sensível se dispõe na forma como olhamos as imagens que nos são oferecidas. O espanto perante um mural, a aversão perante uma imagem violenta, o desejo suscitado pela publicidade. Esta duplicidade faz parte da forma como vivemos a cidade contemporânea.

Neste dossiê pretendemos, precisamente, debater estas questões. Convidamos pesquisadores, de diferentes áreas disciplinares, a apresentarem artigos que dialoguem com as matérias mencionadas. Aceitamos artigos que envolvam uma discussão teórica e conceptual original e que acrescentem novos desenvolvimentos ao estado da arte sobre estes tópicos, bem como estudos empíricos que tragam novos dados a esta discussão.



quinta-feira, 17 de janeiro de 2019